ASSESSORIA DE IMPRENSA ZL COMUNICAÇÃO

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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

LIVRO "VISTA CARNAVAL- PERNAMBUCO"

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Jô A. Ramos


O livro Vista Carnaval - Pernambuco é o meu primeiro projeto como autora-escritora. Quero levar a história do Carnaval pernambucano para os brasileiros e um pouco da história da minha infância em Recife.

Com informações sobre esse grande evento, contando a história cultural da sua criação até os dias de hoje, pretendo contribuir para a discussão dos aspectos culturais e para tanto são abordados os aspectos históricos da cultura e cidadania, os quais têm pressupostos na construção do ser cidadão em contexto ao meio cultural, como fator contribuinte para a formação cidadã, ou seja, as influências culturais na sociedade decorrentes no processo do sujeito histórico; e o ser humano como um ser protagonista da produção cultural, como construtor da sua própria rede de cultura, das modificações sofridas no contexto social com o decorrer do processo.

APRESENTAÇÃO

 


Segundo definição genérica, o carnaval é uma festa popular coletiva, que foi transmitida oralmente através dos séculos, como herança das festas pagãs realizadas a 17 de dezembro (Saturnais - em honra a deus Saturno na mitologia grega.) e 15 de fevereiro (Lupercais - em honra a Deus Pã, na Roma Antiga.). Na verdade, não se sabe ao certo qual a origem do carnaval, assim como a origem do nome, que continua sendo polêmica.

 Alguns estudiosos afirmam que a comemoração do carnaval tem suas raízes em alguma festa primitiva, de caráter orgíaco, realizada em honra do ressurgimento da primavera. De fato, em certos rituais agrários da Antigüidade, 10 mil anos A.C., homens e mulheres pintavam seus rostos e corpos, deixando-se enlevar pela dança, pela festa e pela embriaguez.
     

Outros autores acreditam que o carnaval tenha se iniciado nas alegres festas do Egito. É bem verdade que os egípcios festejavam o culto a Ísis há 2000 anos A.C.

Ao contrário do que se imagina, a origem do carnaval brasileiro é totalmente européia. A comemoração carnavalesca data do início da colonização, sendo uma herança do entrudo português e das mascaradas italianas. Somente muitos anos mais tarde, no início do século XX, foram acrescentados os elementos africanos, que contribuíram de forma definitiva para o seu desenvolvimento e originalidade.
     

   Foi, portanto, graças a Portugal que o entrudo desembarcou na cidade do Rio de Janeiro, em 1641. O termo, derivado do latim "introitus" significava "entrada", "começo", nome com o qual a Igreja denominava o começo das solenidades da Quaresma. No entanto, segundo a mesma autora, as festividades do entrudo já existiam bem antes do Cristianismo, eram comemoradas na mesma época do ano e serviam para celebrar o início da primavera. Com o advento da Era Cristã e a supremacia da Igreja Católica, passou a fazer parte do calendário religioso, indo do Sábado Gordo à Quarta-feira de Cinzas.
       

 Tanto em Portugal, como no Brasil, o carnaval não se assemelhava de forma alguma aos festejos da Itália Renascentista; era uma brincadeira de rua muitas vezes violenta, onde se cometia todo tipo de abusos e atrocidades. Era comum os escravos molharem-se uns aos outros, usando ovos, farinha de trigo, polvilho, cal, goma , laranja podre, restos de comida, enquanto as famílias brancas divertiam-se em suas casas derramando baldes de água suja em passantes desavisados, "num clima de quebra consentida de extrema rigidez da família patriarcal".
       

 Foi esse carnaval mais ou menos selvagem que desembarcou no Brasil com as primeiras caravelas portuguesas e os primeiros foliões.  Com o passar do tempo e devido a insistentes protestos, o entrudo civilizou-se, adquiriu maior graça e leveza, substituindo as substâncias nitidamente grosseiras por outras menos comprometedoras, como os limões de cheiro (pequenas esferas de cera cheias de água perfumada) ou como os frascos de borracha ou bisnagas cheias de vinho, vinagre ou groselha. Estas últimas foram as precursoras dos lança-perfumes introduzidos em 1885.


E VIVA O ZÉ PEREIRA

  
Em 1846, houve um acontecimento que revolucionou o carnaval carioca: o aparecimento do "Zé Pereira" (tocador de bumbo). Para alguns estudiosos, esse era o nome ou apelido dado ao cidadão português José Nogueira de Azevedo Paredes, supostamente o introdutor no Brasil do hábito português de animar a folia carnavalesca ao som de bumbos, zabumbas e tambores, anarquicamente tocados pelas ruas. A tradição se espalhou rapidamente e o sucesso do "Zé Pereira" foi tão grande que, 50 anos mais tarde, uma companhia teatral resolveu representá-lo numa paródia da peça "Les pompiers de Nanterre" intitulada "Zé Pereira Carnavalesco", na qual o comediante Francisco Correia Vasquez cantaria com melodia francesa a quadrinha que se tornaria famosa : 
"E viva o Zé Pereira
Pois que ninguém faz mal
Viva a bebedeira
Nos dias de carnaval".





Extinto no começo deste século, o Zé Pereira deixou como sucessores a cuíca, o tamborim, o reco-reco, o pandeiro e a frigideira, instrumentos que acompanhavam os blocos de 'sujos' e que hoje animam as nossas escolas de samba.


No tocante à música, tudo ainda era muito precário; o entrudo não possuía um ritmo ou melodia que o simbolizasse. Apenas a partir da primeira metade do século XIX, com a chegada dos bailes de máscaras nos moldes europeus, foi que se pôde notar um desenvolvimento musical mais sofisticado.

MÁSCARAS E FANTASIAS

        Em 1834, o gosto pelas máscaras se acentuou no país. De procedência francesa, eram confeccionadas em cera muito fina ou em papelão, simulando caras de animais, caretas, entre outros. As fantasias apareceram logo após o surgimento das máscaras, dando mais vida, charme e colorido ao carnaval, tanto nos salões quanto nas ruas.

OS BAILES

        O primeiro baile de máscaras de que se tem notícia no Brasil foi realizado no Hotel Itália (largo do Rócio, RJ) em 1840, por iniciativa dos próprios proprietários italianos, empolgados pelo sucesso dos grandes bailes de máscaras da Europa. A repercussão foi tamanha que muitos outros seguiram-se a este, marcando, também através do carnaval, as diferenças sociais que atingiam a sociedade brasileira : de um lado, a festa de rua, ao ar livre e popular; do outro, o carnaval de salão que agradava sobretudo à classe média emergente no país.
        Dos salões, os bailes transferiram-se aos teatros, animados principalmente pelo ritmo da polca - primeiro gênero a ser adotado como música carnavalesca no Brasil - e depois, envolvidos pelo som da quadrilha, da valsa, do tango, do "cake walk", do "charleston" e do maxixe. Até então, esses ritmos eram executados apenas em versão instrumental. Somente por volta de 1880 os bailes passaram a incluir a versão cantada, entoada pelos coros.
       
Em 1907 foi realizado o primeiro baile infantil, dando início às famosas matinês. As novidades não pararam por aí e as modalidades se multiplicavam, como as festas em casas de família, bailes ao ar livre, bailes infantis, e até mesmo bailes em circo. Em 1909, surge o primeiro concurso, premiando a mais bela mulher, a fantasia mais bonita e a melhor dança. Os prêmios eram jóias valiosas e somente os homens tinham direito a voto. Enfim, o carnaval crescia a cada ano, passando a fazer parte da realidade cultural do país, enquanto na Europa já se notava a sua decadência.
Por essa mesma época, a classe média preparava-se para invadir as ruas com outra novidade européia : os desfiles de carros alegóricos. O pioneiro da idéia foi o romancista José de Alencar, um dos fundadores de uma Sociedade denominada Sumidades Carnavalescas.

AS SOCIEDADES

Até o aparecimento das primeiras escolas de samba, os cortejos carnavalescos das chamadas "sociedades" predominavam no carnaval carioca. O primeiro clube a desfilar, em 1855, chamava-se Congresso das Sumidades Carnavalescas, mencionado acima. As sociedades eram clubes ou agremiações que, com suas alegorias e sátiras ao governo, encontraram uma forma saudável de competição. Em 1856, outra sociedade tomou as ruas: a União Veneziana. Era a coqueluche do Império. Com o tempo, as ruas viam se multiplicar o número de sociedades, tais como a Euterpe Comercial e os Zuavos Carnavalescos. Muitas competições e dissidências aconteceram até surgirem 3 grandes Sociedades que se consolidaram no carnaval da época: Tenentes, Democráticos e Fenianos.